sábado, 16 de fevereiro de 2008

Minha jornada pela educação começou em 1998, quando comecei o ano fazendo um curso/estágio de arte-educação na Escolinha de Artes da UFRGS, a convite da saudosa professora Iara de Mattos Rodrigues, a Iarinha. A partir do aprendizado neste curso, me senti apto a arriscar uma incursão nesta área, e me candidatei a uma vaga de estágio no SESI. Trabalhei por seis meses num projeto na sede campestre desta instituição, no bairro Guarujá, com crianças em situação de risco, de uma vila da região.

Nos segundo semestre do ano fiz estágio em uma gráfica, no setor de criação, e, no início do ano seguinte, 1999, respondi a um anúncio de jornal que convocava estudantes de artes para estágio em escola particular. Na entrevista a professora Liliana Marotto Caetano se mostrou muito satisfeita com o fato de um homem ter aparecido, o que era pouco comum, afirmando que já havia entrevistado mais de dez mulheres. Fui contratado pelo Colégio Província de São Pedro, junto com mais duas colegas do Instituto de Artes da UFRGS, a Carla Borba e a Michele Frantz. Aquele foi um ano muito bacana de aprendizado para todos nós, trabalhando com as professoras Liliana Caetano e Vânia Mombach. No ano seguinte eu e a Carla fomos contratados como professores auxiliares e, logo após, professores titulares.

A partir daí trabalhei na escola com diversas séries, da quarta do ensino fundamental à segunda do ensino médio, dando ênfase ao trabalho prático no ensino fundamental e à história da arte no ensino médio. Foram quase nove anos dedicados a esta instituição, saindo em agosto de 2007, para assumir duas funções na sexta Bienal do Mercosul: formação de professores e coordenação do Espaço Educativo. Ainda durante os anos de trabalho no Província, pude ter outras experiências importantes, que contribuíram para a minha formação como professor e como pessoa.

Fiz um estágio de três meses na Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Tristão Sucupira Viana, em meados de 2000, onde tive contato com uma realidade completamente diferente da que estava acostumado. A maioria dos alunos tinha paralisia cerebral e dificuldades motoras, sendo pouco comum a fala. Foi uma experiência marcante e enriquecedora, além de um enorme desafio, pois eu não tinha formação em educação especial.

Outra empreitada que me marcou profundamente foi o trabalho na Clínica São José, no ICARO – Instituto de Capacitação e Reorganização Ocupacional. Lá trabalhei pela primeira vez com adultos, dando aulas de pintura, desenho e computação gráfica. Em parceria com a terapeuta ocupacional e querida amiga Adriana Duncan, as aulas eram um momento de concentração, experimentação e criação, onde os pacientes se libertavam de suas dificuldades e superavam as expectativas. As doenças eram diversas e debilitavam os alunos de diferentes formas mas, durante nossas aulas, todos demonstravam muito empenho e produziam bastante, criando um momento de sinergia.

Também paralelamente ao trabalho no Colégio Província de São Pedro, desenvolvi uma série de cursos e oficinas, dentro e fora da escola, que originaram a empresa Mão na Massa. Aulas de desenho, pintura, origami e história em quadrinhos, para crianças e adolescentes, têm sido parte importante de minha atuação como professor. O curso de História em Quadrinhos, criado em parceria com o colega e amigo Maurício Dias, já tem mais de cinco anos e rendeu a produção de cinco fanzines (revistas feitas artesanalmente) que apresentam os trabalhos dos alunos.

Detalhes e fotos destas e outras experiências na área da educação podem ser vistas clicando nos links acima à direita.